A revolução dos alinhadores ortodônticos na prática clínica
Uma reflexão para dentistas sobre ciência e o papel do paciente no tratamento com alinhadores
Todos aqui esperam algo mais e todos os dias são assim, vem aquela esperança de que hoje é o dia da redenção. Chega a noite e foi apenas, mais um dia!
O que aconteceu? Talvez você não se tenha preparado para a Serendipidade! Mas eu nem sei o que Serendipidade? A Serendipidade, as vezes é referida como “descoberta ao acaso”, mas acaso não existe em ciência e nem na vida. Newton, quando a maça caiu lhe na cabeça, ele estava muito bem-preparado para desenvolver e checar naquela hora a lei da gravidade. Serendipidade ou acaso só ocorre com as mentes preparadas.
Assim foi com a descoberta da penicilina, metronidazol, anestesia, clareador dentário, velcro, osseointegração e assim sucessivamente. Foram mentes preparadas que captaram as ideias no ar e descobriram o novo. Isto pode acontecer com seu grande amor que está ao seu lado e você não percebe.
Com os alinhadores não foi assim, quando o criador, (Zia Chishti) um aluno que estava em aulas na Califórnia, em Stanford, com a boca cheia de dentes com bráquetes. Ele queria fazer tratamento ortodôntico, mas sem aqueles apetrechos metálicos que o incomodavam, tanto estética e funcionalmente. Com o objetivo de algo mais pratico e bonito, desenvolveu os alinhadores junto com um colega (Kelsey Wirth).
Esta ideia foi uma inovação, foi pegar um objetivo e trabalhá-lo, construir uma ideia para ser algo previamente definido e útil: uma revolução. A revolução dos alinhadores não foi acaso ou serendipidade, foi uma ideia e processo para se ter uma renovação na forma de tratar ortodonticamente os dentes. E conseguiu !!!!!
Mas cá entre nós, não funcionava em todas as pessoas, apenas em algumas. Outras abandonavam o tratamento pois achavam que não funcionava. Mesmo assim, foi forjada a ideia e deu certo. Até que, mais recentemente, descobriu que para um alinhador funcionar, ele precisa atrair os osteoclastos para o ligamento periodontal. Sim no LP que é uma articulação não tem osteoclastos.
Para movimentar os dentes de forma convencional, também é necessário atrair ou mobilizar os clastos para o ligamento. Para isto é preciso esperar 10 a 12 horas para que cheguem e se posicionem para começar INICIAR a reabsorver o osso na sua face periodontal voltada para o dente. É quando começa a movimentação osteodentária.
Só depois deste tempo é que se movimenta o dente com ou sem alinhadores. Mas o convencional é fixo e os alinhadores são removíveis. E se descobriu também que se remover por mais de meia hora os alinhadores, o processo de mobilização clástica vai ter que começar tudo de novo.
Ou seja, se o paciente não usar continuadamente, com intervalos mínimos menores que 30 minutos de duração, os resultados ficam comprometidos. Não se deve tirar para namorar, tomar banho, jogar bola, ir ao cinema, enfim para nada.
Nos tratamentos ortodônticos com alinhadores o protagonista principal não é o Tony Ramos, e sim o paciente. Ele que vai determinar se funciona mais ou menos. O clínico diagnostica, o computador planeja e o paciente determina se vai dar certo ou não!
Preste atenção: inovar ou o acaso da serendipidade SÓ OCORREM nas mentes inquietas, questionadoras e por isto mesmo cientificamente preparadas. Quando eu percebi este papel dos clastos e o seu timing, discorri sobre isto a convite da Sousmile, e eu pensei: Nossa os destinos dos osteoclastos na odontologia mudou, e agora é o centro das atenções na compreensão de porque funciona quando se usa continuadamente os alinhadores.
Esta revolução do conhecimento que trouxe os alinhadores, está nas suas mãos e se quiserem saber mais, tudo isto está explicado detalhadamente e biologicamente em uma aula on line (via link) e no meu livro, que será sorteado no stand da Sousmile no Odontoconferece 2025, mediante uma inscrição para este fim! Eu estarei lá com vocês!
Alberto Consolaro